"Deixe" a criança errar, já que o erro faz parte do processo de aprendizagem...”
por Prof. Roberto Calixto
Repita comigo: ba - be - bi - bo - bu, o menino repete, a professora pergunta: – Agora me diz o que é isto? O menino olha, demora um tempão e diz que esqueceu ou não sabe.
Esta situação muito comum nas escolas brasileiras, com alunos repetentes e que não conseguem memorizar nem se concentrar, traduz-se no jargão científico como déficit de atenção infantil, que pode ter causas emocionais ou físicas, sendo em 90% dos casos (ainda bem) emocionais.
Tendo trabalhado como professor primário há mais de dez anos e lidado com essas crianças, tentei alfabetizá-las lendo e utilizando todas as teorias. Muitas vezes obtive sucesso outras não.
Em minhas leituras li uma frase de Piaget que dizia “...a linguagem não desenvolve as capacidades cognitivas, mas é uma grande auxiliar do desenvolvimento destas”.
Meditando a respeito cheguei a conclusão de que eu precisaria desenvolver nessas crianças, primeiro essas capacidades cognitivas que estavam em defasagem, ou seja, concentração e memorização, e como sou enxadrista desde os doze anos, sabendo dos benefícios da prática do xadrez, resolvi fazer um trabalho de ensino e pratica de xadrez com essas crianças.
Qual não foi minha surpresa ao constatar que... elas também não aprendiam xadrez!
Então tive que adaptar o ensino de maneira a facilitar ao máximo sua aprendizagem, e pacientemente, dia após dia, semana após semana, ensiná-los.
E, como eu fiquei contente e realizado quando eles aprenderam! E o interessante é que as crianças não sentiam desinteresse em relação ao xadrez, ao contrário, seu tempo mais prazeroso era no qual eles passavam frente ao tabuleiro jogando com seu coleguinha.
E a professora, depois de três meses, disse que as crianças estavam começando a aprender a ler.
Deixo aqui meu relato como um estímulo à pratica do jogo de xadrez no âmbito escolar brasileiro, por onde a criança passa e muitas vezes não aprende.
De preferência, coloque uma criança que sabe mais para ensinar outra que sabe menos, estimule jogarem com o colega o mais rápido possível mesmo não sabendo, pois isto dá incentivo a aprenderem.
Uma dica é começar somente com os peões no tabuleiro e vá colocando as outras peças aos poucos, estando sempre presente para corrigir os erros.
Procure ser sempre paciente e persistente. Saiba que nada resiste a um esforço pequeno mas contínuo. Os resultados aparecerão. Dê um tempo para as crianças praticarem e jogarem, pois em um certo momento elas aprenderão com os erros. "Deixe" a criança errar, já que o erro faz parte do processo de aprendizagem...”
Nota sobre o autor: Roberto Carlos Calixto tem formação em pedagogia pela Usp, Unesp e Puc. É professor primário e de xadrez da Escola Estadual Octacílio de Oliveira Ramos, de Catanduva/SP
Uma dica é começar somente com os peões no tabuleiro e vá colocando as outras peças aos poucos, estando sempre presente para corrigir os erros.
por Prof. Roberto Calixto
Repita comigo: ba - be - bi - bo - bu, o menino repete, a professora pergunta: – Agora me diz o que é isto? O menino olha, demora um tempão e diz que esqueceu ou não sabe.
Esta situação muito comum nas escolas brasileiras, com alunos repetentes e que não conseguem memorizar nem se concentrar, traduz-se no jargão científico como déficit de atenção infantil, que pode ter causas emocionais ou físicas, sendo em 90% dos casos (ainda bem) emocionais.
Tendo trabalhado como professor primário há mais de dez anos e lidado com essas crianças, tentei alfabetizá-las lendo e utilizando todas as teorias. Muitas vezes obtive sucesso outras não.
Em minhas leituras li uma frase de Piaget que dizia “...a linguagem não desenvolve as capacidades cognitivas, mas é uma grande auxiliar do desenvolvimento destas”.
Meditando a respeito cheguei a conclusão de que eu precisaria desenvolver nessas crianças, primeiro essas capacidades cognitivas que estavam em defasagem, ou seja, concentração e memorização, e como sou enxadrista desde os doze anos, sabendo dos benefícios da prática do xadrez, resolvi fazer um trabalho de ensino e pratica de xadrez com essas crianças.
Qual não foi minha surpresa ao constatar que... elas também não aprendiam xadrez!
Então tive que adaptar o ensino de maneira a facilitar ao máximo sua aprendizagem, e pacientemente, dia após dia, semana após semana, ensiná-los.
E, como eu fiquei contente e realizado quando eles aprenderam! E o interessante é que as crianças não sentiam desinteresse em relação ao xadrez, ao contrário, seu tempo mais prazeroso era no qual eles passavam frente ao tabuleiro jogando com seu coleguinha.
E a professora, depois de três meses, disse que as crianças estavam começando a aprender a ler.
Deixo aqui meu relato como um estímulo à pratica do jogo de xadrez no âmbito escolar brasileiro, por onde a criança passa e muitas vezes não aprende.
De preferência, coloque uma criança que sabe mais para ensinar outra que sabe menos, estimule jogarem com o colega o mais rápido possível mesmo não sabendo, pois isto dá incentivo a aprenderem.
Uma dica é começar somente com os peões no tabuleiro e vá colocando as outras peças aos poucos, estando sempre presente para corrigir os erros.
Procure ser sempre paciente e persistente. Saiba que nada resiste a um esforço pequeno mas contínuo. Os resultados aparecerão. Dê um tempo para as crianças praticarem e jogarem, pois em um certo momento elas aprenderão com os erros. "Deixe" a criança errar, já que o erro faz parte do processo de aprendizagem...”
Nota sobre o autor: Roberto Carlos Calixto tem formação em pedagogia pela Usp, Unesp e Puc. É professor primário e de xadrez da Escola Estadual Octacílio de Oliveira Ramos, de Catanduva/SP
Uma dica é começar somente com os peões no tabuleiro e vá colocando as outras peças aos poucos, estando sempre presente para corrigir os erros.
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